Eu, que sempre gostei de música coral, estava particularmente interessado no concerto e foi com grande atenção que a ele assisti. Foi muito agradável. O repertório, que conseguiu ser simultaneamente erudito e acessível a pessoas de todas as condições culturais - o que é um feito notável - foi executado de forma primorosa: afinação impecável, leitura musical rigorosa e sensibilidade estética impressionante. Literalmente um espectáculo. O mais surpreendente, contudo, foi a direção artística. Na verdade, este orfeão não tem maestro. Tem - imaginem - uma maestrina. Só por isso já merece ser visto e ouvido, pois,se maestros há muitos, maestrinas são (ainda) muito raras em todo o mundo. Mas as surpresas não ficam por aqui: acontece que esta jovem - de seu nome Stanislava Pavlov - é natural da Sérvia e imigrante em Portugal desde 2006. Detentora de formação académica completa na área da música e da pedagogia musical, possui já um vasto currículum, do qual uma grande parte realizada em Portugal. Mas é patente, a quem estiver mais atento, que Stanislava tem uma outra qualidade importantíssima para uma maestrina: a capacidade de liderança. Assim já se compreende o elevado nível artístico alcançado pelo orfeão.
Recomendo vivamente este espectáculo a todos os que verdadeiramente gostam de música. E tal vai ser possível brevemente em Tourencinho, por ocasião da festa do Centro Social de Nossa Senhora do Extremo. Eu lá estarei, se Deus quiser.Um abraço. Valdemar Chaves.