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terça-feira, 28 de agosto de 2012

PIRINÉUS



Desta vez foi o Vale de Ordesa.
Nos dias 23 a 26 do corrente, o GDC de Vilarelho realizou mais uma actividade. Fomos aos Pirinéus.
Do projecto constava uma marcha no Vale de Ordesa e a ascensão ao Monte Perdido. No entanto, surgiram alguns constrangimentos de natureza logística que não nos permitiram programar a ascensão ao Monte Perdido. Assim, logo desde o início, decidimos ficar pelo vale de Ordesa.
A actividade de Sexta Feira iniciou-se na Pradaria, tendo prosseguido ao longo do vale do rio Arazas até à famosa " Cola del caballo " com o regresso a realizar-se pela Senda dos Cazadores.

Destaco o facto da Cola del Caballo se apresentar quase sem água ( estava uma " mui pequena colita del caballo " mas, ainda assim, sempre bela).
A mudança de cotas final, na Senda dos Cazadores, que vence um desnível da ordem dos 800 metros, foi feita por aquele trilho íngreme e alucinante que constitui a única hipótese de saída existente no local e que vai desde o miradouro até à Pradaria.
Este último trecho facultou, para alguns, uma belíssima experiência de andar no monte permitindo aferir o estado de diversos músculos e articulações.
A Elsa lesionou-se num joelho ainda junto ao rio. Por isso, a actividade de Sábado foi alterada. De manhã efectuámos a ascensão da Senda de Racon  desde a casa Olivan até à base do circo Carriato descendo pelo mesmo local até á Pradaria.
À tarde deslocámo-nos até ao refúgio de San Nicolas de Bujaruelo onde andámos a "passarinhar um bocado ".
No Domingo, já de regresso a casa, parámos em Burgos onde fomos visitar aquela obra de arte ímpar que é a Catedral. Para o equilíbrio e coesão da actividade juntámos a grandiosidade daquela obra à beleza e imponência da montanha.
Já um pouco cansados com os quilómetros percorridos, e, mesmo assim, com a boa disposição de sempre, resolvemos, como já vem sendo hábito nas "escaladas" de regresso a casa, efectuar uma " reunião ". Desta feita parámos no El Relogero, na Gudiña, onde nos colocaram, à mesa, uma belíssima chuleta de ternera.

Manuel
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terça-feira, 14 de agosto de 2012

O desfiladeiro e as agulhas

      Quem conhecer bem os Picos de Europa sabe que a subida do Canal de Dobresengros é uma projecto só acessível a atletas com uma óptima forma física e psicológica. Mas, ao mesmo tempo, para esses atletas é também um desafio irresistível. Ora, se há pessoa que adora grandes desafios, é o Adriano. Tendo descido o tal desfiladeiro há dois anos, concebeu logo o projecto de um dia o fazer a subir. Quanto a mim, eu sabia que era apenas uma questão de oportunidade, pois quando se lhe mete uma coisa na cabeça, não há nada que o consiga demover. E a oportunidade surgiu no passado dia 10 do corrente, enquadrada na expedição do GDC de Vilarelho aos Picos. Como tem acontecido quase sempre, houve um grupo para fazer marcha de montanha - constituído pelo Adriano e pelo Manuel Rodrigues - cujo programa era precisamente subir o tal Canal. E, com efeito, tão bem o fizeram que,  além de  concretizarem esse sonho, tiveram ainda o mérito de o realizar em circunstâncias particularmente adversas: começaram a subida pela hora do calor (ao meio dia); e logo por azar, se havia de estar calor foi nesse dia. Como se não bastasse, o Manuel contraíu uma lesão muscular logo no início, tendo feito quase a totalidade da subida bastante fragilizado. Apesar de tudo, estes bravos rapazes, fizeram um óptimo horário e chegaram ao Refúgio de los Cabrones ( Ramon de Luege) ainda de dia.
      Os outros dois dias foram também passados a circundar o maciço central, mas,  como o itinerário previsto não comportava grande dificuldade, acabaram por resultar em passeatas para descontrair. E usufruir. Mesmo assim, pelos meus cálculos, nos três dias fizeram mais de 50 quilómetros.Parabéns aos dois. Foi realmente uma façanha notável.
       A equipa da escalada era constituída por mim, pelo João Animado e pelo João Miguel. Não se pode dizer que fomos tão eficientes como o grupo da marcha, porquanto o nosso objectivo - abrir uma via do GDC de Vilarelho nos Picos - não foi alcançado. Mas não foi alcançado, apenas porque o itinerário que nós  estudámos para abrir a via já ostentava material fixo, indicador seguro de que a via já estava aberta. Assim, tivemos que alterar os planos: em vez de abrir uma via nova, decidimos escalar duas agulhas adjacentes, a Agulha de Bustamante e a Agulha da Canalona, o que fizemos com grande satisfação. ( Em abono da verdade, convém dizer que eu só escalei a Canalona. Quando os meus companheiros de cordada escalaram a Bustamante, eu estava bastante indisposto e não pude acompanhá-los.)
       Quanto à abertura da via do clube, não desistimos do projecto. Apenas o adiámos. E até já decidimos o lugar onde o vamos concretizar: será num pico junto ao Tesoureiro. Provavelmente daqui a um ano.
       Um abraço. Valdemar.